tag:blogger.com,1999:blog-8823007185238441032024-03-08T20:27:01.757+00:00Relatividade das palavrasSe é relativo, pertence aqui.Talvez...http://www.blogger.com/profile/12368181419095249449noreply@blogger.comBlogger53125tag:blogger.com,1999:blog-882300718523844103.post-74551766007244986612013-01-29T17:32:00.000+00:002013-01-29T22:45:59.861+00:00Be Drunk<span itemscope="" itemtype="http://schema.org/CreativeWork">You have to be always drunk. That's all there is to it -- it's the only way. So as not to feel the horrible burden of time that breaks your back and bends you to the earth, you have to be continually drunk.<br /> But on what?Wine, poetry or virtue, as you wish. But be drunk.<br /> And if sometimes, on the steps of a palace or the green grass of a ditch, in the mournful solitude of your room, you wake again, drunkenness already diminishing or gone, ask the wind, the wave, the star, the bird, the clock, everything that is flying, everything that is groaning, everything that is rolling, everything that is singing, everything that is speaking. . .ask what time it is and wind, wave, star, bird, clock will answer you:"It is time to be drunk! So as not to be the martyred slaves of time, be drunk, be continually drunk! On wine, on poetry or on virtue as you wish."
</span><br />
<br />
<span itemscope="" itemtype="http://schema.org/CreativeWork">Baudelaire </span>Talvez...http://www.blogger.com/profile/12368181419095249449noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-882300718523844103.post-75290801029199469252013-01-28T17:30:00.003+00:002013-01-28T17:31:21.016+00:00Uma Gargalhada de Raparigas<br />
<span style="color: white;"><span class="conteudo">Uma gargalhada de raparigas soa do ar da estrada.
<br />
Riu do que disse quem não vejo.
<br />
Lembro-me já que ouvi.
<br />
Mas se me falarem agora de uma gargalhada de rapariga da estrada,
<br />
Direi: não, os montes, as terras ao sol, o Sol, a casa aqui,
<br />
E eu que só oiço o ruído calado do sangue que há na minha vida dos dois lados da cabeça. </span></span><br />
<span style="color: white;"><br /></span>
<span style="color: white;"><span class="conteudo">Alberto Caeiro </span></span>Talvez...http://www.blogger.com/profile/12368181419095249449noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-882300718523844103.post-47684466763932086812013-01-27T15:45:00.001+00:002013-01-27T15:45:17.222+00:00A sombra sou eu<br />
<span id="ctl00_ContentPlaceHolder1_DetailsPoema">A minha sombra sou eu,<br />
ela não me segue,<br />
eu estou na minha sombra<br />
e não vou em mim.<br />
Sombra de mim que recebo luz,<br />
sombra atrelada ao que eu nasci,<br />
distância imutável de minha sombra a mim,<br />
toco-me e não me atinjo,<br />
só sei dó que seria<br />
se de minha sombra chegasse a mim.<br />
Passa-se tudo em seguir-me<br />
e finjo que sou eu que sigo,<br />
finjo que sou eu que vou <br />
e que não me persigo.<br />
Faço por confundir a minha sombra comigo:<br />
estou sempre às portas da vida,<br />
sempre lá, sempre às portas de mim!</span><br />
<br />
<span id="ctl00_ContentPlaceHolder1_DetailsPoema">Almada Negreiros </span>Talvez...http://www.blogger.com/profile/12368181419095249449noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-882300718523844103.post-71926774442569216022013-01-26T18:16:00.000+00:002013-01-26T18:16:00.671+00:00O Último Sortilégio<br />
«Já repeti o antigo encantamento<br />
E a grande Deusa aos olhos se negou.<br />
Já repeti, nas pausas do amplo vento,<br />
As orações cuja alma é um ser fecundo.<br />
Nada me o abismo deu ou o céu mostrou.<br />
Só o vento volta onde estou toda e só,<br />
E tudo dorme no confuso mundo.<br />
<br />
«Outrora meu condão fadava as sarças<br />
E a minha evocação do solo erguia<br />
Presenças concentradas das que esparsas<br />
Dormem nas formas naturais das coisas.<br />
Outrora a minha voz acontecia.<br />
Fadas e elfos, se eu chamasse, via,<br />
E as folhas da floresta eram lustrosas.<br />
<br />
«Minha varinha, com que da vontade<br />
Falava às existências essenciais,<br />
Já não conhece a minha realidade.<br />
Já, se o círculo traço, não há nada.<br />
Murmura o vento alheio extintos ais,<br />
E ao luar que sobe além dos matagais<br />
Não sou mais do que os bosques ou a estrada.<br />
<br />
«Já me falece o dom com que me amavam.<br />
Já me não torno a forma e o fim da vida<br />
A quantos que, buscando-os, me buscavam.<br />
Já, praia, o mar dos braços não me inunda.<br />
Nem já me vejo ao sol saudado erguida,<br />
Ou, em êxtase mágico perdida,<br />
Ao luar, à boca da caverna funda.<br />
<br />
«Já as sacras potências infernais,<br />
Que, dormentes sem deuses nem destino,<br />
À substância das coisas são iguais,<br />
Não ouvem minha voz ou os nomes seus.<br />
A música partiu-se do meu hino.<br />
Já meu furor astral não é divino<br />
Nem meu corpo pensado é já um Deus.<br />
<br />
«E as longínquas deidades do atro poço,<br />
Que tantas vezes, pálida, evoquei<br />
Com a raiva de amar em alvoroço,<br />
Inevocadas hoje ante mim estão.<br />
Como, sem que as amasse, eu as chamei,<br />
Agora, que não amo, as tenho, e sei<br />
Que meu vendido ser consumirão.<br />
<br />
«Tu, porém, Sol, cujo ouro me foi presa,<br />
Tu, Lua, cuja prata converti,<br />
Se já não podeis dar-me essa beleza<br />
Que tantas vezes tive por querer,<br />
Ao menos meu ser findo dividi —<br />
Meu ser essencial se perca em si,<br />
Só meu corpo sem mim fique alma e ser!<br />
<br />
«Converta-me a minha última magia<br />
Numa estátua de mim em corpo vivo!<br />
Morra quem sou, mas quem me fiz e havia,<br />
Anónima presença que se beija,<br />
Carne do meu abstracto amor cativo,<br />
Seja a morte de mim em que revivo;<br />
E tal qual fui, não sendo nada, eu seja!»<br />
<br />
Fernando Pessoa Talvez...http://www.blogger.com/profile/12368181419095249449noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-882300718523844103.post-1661270708760637222013-01-19T18:09:00.000+00:002013-01-26T18:14:27.391+00:00Hora GraveQuem chora agora algures no mundo,<br />
sem motivo chora no mundo,<br />
chora por mim.<br />
<br />
Quem ri agora algures na noite,<br />
sem motivo ri na noite,<br />
ri de mim.<br />
<br />
Quem vagueia agora pelo mundo,<br />
sem motivo vagueia pelo mundo,<br />
vem até mim.<br />
<br />
Quem morre agora algures no mundo,<br />
sem motivo morre no mundo:<br />
olha para mim.<br />
<br />
<br />
Rainer Maria Rilke, <i>O livro das imagens</i><br />
<span style="font-size: x-small;">(tradução portuguesa de Maria João Costa Pereira) </span>Talvez...http://www.blogger.com/profile/12368181419095249449noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-882300718523844103.post-63734211343843143702013-01-05T16:16:00.000+00:002013-01-27T15:46:52.217+00:00To the Thawing Wind<table align="CENTER" cellpadding="0" cellspacing="0"><tbody>
<tr><td><br />
<br />
COME with rain, O loud Southwester!</td><td><a href="http://www.blogger.com/blogger.g?blogID=882300718523844103" name="1"></a></td></tr>
<tr><td>Bring the singer, bring the nester;</td><td><a href="http://www.blogger.com/blogger.g?blogID=882300718523844103" name="2"></a></td></tr>
<tr><td>Give the buried flower a dream;</td><td><a href="http://www.blogger.com/blogger.g?blogID=882300718523844103" name="3"></a></td></tr>
<tr><td>Make the settled snow-bank steam;</td><td><a href="http://www.blogger.com/blogger.g?blogID=882300718523844103" name="4"></a></td></tr>
<tr><td>Find the brown beneath the white;</td><td align="RIGHT" valign="TOP"><br /></td></tr>
<tr><td>But whate’er you do to-night,</td><td><a href="http://www.blogger.com/blogger.g?blogID=882300718523844103" name="6"></a></td></tr>
<tr><td>Bathe my window, make it flow,</td><td><a href="http://www.blogger.com/blogger.g?blogID=882300718523844103" name="7"></a></td></tr>
<tr><td>Melt it as the ices go;</td><td><a href="http://www.blogger.com/blogger.g?blogID=882300718523844103" name="8"></a></td></tr>
<tr><td>Melt the glass and leave the sticks</td><td><a href="http://www.blogger.com/blogger.g?blogID=882300718523844103" name="9"></a></td></tr>
<tr><td>Like a hermit’s crucifix;</td><td align="RIGHT" valign="TOP"><a href="http://www.blogger.com/blogger.g?blogID=882300718523844103" name="10"></a></td></tr>
<tr><td>Burst into my narrow stall;</td><td><a href="http://www.blogger.com/blogger.g?blogID=882300718523844103" name="11"></a></td></tr>
<tr><td>Swing the picture on the wall;</td><td><a href="http://www.blogger.com/blogger.g?blogID=882300718523844103" name="12"></a></td></tr>
<tr><td>Run the rattling pages o’er;</td><td><a href="http://www.blogger.com/blogger.g?blogID=882300718523844103" name="13"></a></td></tr>
<tr><td>Scatter poems on the floor;</td><td><a href="http://www.blogger.com/blogger.g?blogID=882300718523844103" name="14"></a></td></tr>
<tr><td>Turn the poet out of door.<br />
<br />
<br />
Robert Frost <br />
</td><td align="RIGHT" valign="TOP"><a href="http://www.blogger.com/blogger.g?blogID=882300718523844103" name="15"></a></td></tr>
</tbody></table>
Talvez...http://www.blogger.com/profile/12368181419095249449noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-882300718523844103.post-69550525469028634362013-01-02T22:34:00.005+00:002013-01-02T22:35:14.653+00:00Ah! Ser indiferente!<div class="texto-poesia">
Ah! Ser indiferente!<br />
É do alto do poder da sua indiferença<br />
Que os chefes dos chefes dominam o mundo.<br />
<br />
Ser alheio até a si mesmo!<br />
É do alto do sentir desse alheamento<br />
Que os mestres dos santos dominam o mundo.<br />
<br />
Ser esquecido de que se existe!<br />
É do alto do pensar desse esquecer<br />
Que os deuses dos deuses dominam o mundo.<br />
<br />
(Não ouvi o que dizias...<br />
ouvi só a musica, e nem a essa ouvi...<br />
Tocavas e falavas ao mesmo tempo?<br />
Sim, creio que tocavas e falavas ao mesmo tempo...<br />
Com quem?<br />
Com alguém em quem tudo acabava no dormir do mundo...<br />
<br />
<div style="text-align: right;">
Álvaro de Campos </div>
</div>
Talvez...http://www.blogger.com/profile/12368181419095249449noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-882300718523844103.post-53701881676821439322012-12-18T23:36:00.001+00:002012-12-18T23:36:52.202+00:00Tudo continuaNada começa: tudo continua. <br />Onde 'stamos, que vemos só passar?<br />O dia muda, lento, no amplo ar;<br />Múrmura, em sombras, flui a água nua.<br />
<br />
Vêm de longe,<br />Só nosso vê-las teve começar.<br />Em cadeias do tempo e do lugar,<br />É abismo o começo e ausência.<br />
<br />
Nenhum ano começa. É Eternidade!<br />Agora, sempre, a mesma Idade, <br />Precípicio de Deus sobre o momento,<br />
<br />
Na curva do amplo céu o dia esfria,<br />A água corre mais múrmura e sombria<br />
E é tudo o mesmo: e verbo o pensamento.<br />
<br />
<span style="font-size: xx-small;">Fernando Pessoa</span>Talvez...http://www.blogger.com/profile/12368181419095249449noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-882300718523844103.post-87351677174007963142012-11-18T00:49:00.000+00:002012-11-18T00:53:53.446+00:00Será por bem<blockquote class="tr_bq">
O primeiro-ministro do rei era homem de ampla visão e grande equanimidade. Precisamente por isso, o rei tinha grande confiança no seu ministro. Muitas vezes, perante algum acontecimento ou circunstância, o homem dizia: «É por bem». Mas eis que um dia, enquanto usava uma faca, cortou um dos dedos da mão. O ministro, que estava presente naquele momento, declarou sem perder a calma:<br />
- Será por bem.<br />
O monarca ficou fora de si. Como é que cortar um dedo e ficar mutilado para sempre podia ser por bem? Indignado e desiludido, o monarca ordenou que prendessem o ministro. O ministro disse:<br />
- Será por bem.<br />
<br />
Dias depois, o reino foi conquistado por outro reino vizinho. O monarca invasor ordenou que os sacerdotes imolassem o rei vencido em honra dos deuses. Iam imolá-lo quando descobriram que lhe faltava um dedo, pelo que tiveram de desistir do ritual (não se oferece aos deuses um corpo imperfeito). Então, o monarca vencedor disse:<br />
- Nesse caso, sacrifiquem o primeiro-ministro<br />
Mas como o primeiro-ministro estava na prisão, ninguém conseguiu encontrá-lo.<br />
<br />
Passadas várias semanas, forças leais ao rei destronado conseguiram recuperar o reino. Então, o rei apercebeu-se de que o seu ministro sempre tivera razão</blockquote>
<br />
<span style="font-size: x-small;">fonte: <a href="http://www.fnac.pt/pt/Catalog/Detail.aspx?cIndex=0&catalog=livros&categoryN=Livros&category=esoterismo&product=9789896260217">Os Melhores Contos Espirituais do Oriente</a></span>
Talvez...http://www.blogger.com/profile/12368181419095249449noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-882300718523844103.post-24403086572086160552012-11-11T14:31:00.000+00:002012-11-18T00:56:10.638+00:00E quanto vale a vida?<div class="texto-poesia">
<h3>
</h3>
<h3>
Bem sei que tudo é natural </h3>
<br />
Bem sei que tudo é natural<br />
Mas ainda tenho coração...<br />
<br />
Boa noite e merda!...<br />
(Estala, meu coração!)<br />
(Merda para a humanidade inteira!)<br />
<br />
Na casa da mãe do filho que foi atropelado,<br />
Tudo ri, tudo brinca.<br />
E há um grande ruído de buzinas sem conta a lembrar<br />
<br />
Receberam a compensação:<br />
Bebé igual a X,<br />
Gozam o X neste momento,<br />
Comem e bebem o bebé morto,<br />
Bravo! São gente!<br />
Bravo! São a humanidade!<br />
Bravo: são todos os pais e todas as mães<br />
Que têm filhos atropeláveis!<br />
Como tudo esquece quando há dinheiro.<br />
Bebé igual a X.<br />
<br />
Com isso se forrou a papel uma casa.<br />
Com isso se pagou a última prestação da mobília.<br />
Coitadito do Bebé.<br />
Mas, se não tivesse sido morto por atropelamento, que seria das contas?<br />
Sim, era amado.<br />
Sim, era querido<br />
Mas morreu.<br />
Paciência, morreu!<br />
Que pena, morreu!<br />
Mas deixou o com que pagar contas<br />
E isso é qualquer coisa.<br />
(É claro que foi uma desgraça)<br />
Mas agora pagam-se as contas.<br />
(É claro que aquele pobre corpinho<br />
Ficou triturado)<br />
Mas agora, ao menos, não se deve na mercearia.<br />
(É pena sim, mas há sempre um alívio.)<br />
<br />
O bebé morreu, mas o que existe são dez contos.<br />
Isso, dez contos.<br />
Pode fazer-se muito (pobre bebé) com dez contos.<br />
Pagar muitas dívidas (bebezinho querido)<br />
Com dez contos.<br />
Pôr muita coisa em ordem<br />
(Lindo bebé que morreste) com dez contos.<br />
<br />
Bem se sabe é triste<br />
(Dez contos)<br />
Uma criancinha nossa atropelada<br />
(Dez contos)<br />
Mas a visão da casa remodelada<br />
(Dez contos)<br />
De um lar reconstituído<br />
(Dez contos)<br />
Faz esquecer muitas coisas (como o choramos!)<br />
Dez contos!<br />
Parece que foi por Deus que os recebeu<br />
(Esses dez contos).<br />
Pobre bebé trucidado!<br />
Dez contos.<br />
<br />
<div style="text-align: right;">
Álvaro de Campos </div>
</div>
Talvez...http://www.blogger.com/profile/12368181419095249449noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-882300718523844103.post-38269990694104167132012-11-10T14:27:00.000+00:002012-11-18T00:56:24.196+00:00Solidão<h3>
</h3>
<br />
A solidão é como uma chuva.<br />
Ergue-se do mar ao encontro das noites;<br />
de planícies distantes e remotas<br />
sobe ao céu, que sempre a guarda.<br />
E do céu tomba sobre a cidade.<br />
<br />
Cai como chuva nas horas ambíguas,<br />
quando todas as vielas se voltam para a manhã<br />
e quando os corpos, que nada encontraram,<br />
desiludidos e tristes se separam;<br />
e quando aqueles que se odeiam<br />
têm de dormir juntos na mesma cama:<br />
<br />
então, a solidão vai com os rios…<br />
<br />
<div style="text-align: right;">
Rainer Maria Rilke</div>
<br />
<span style="color: #888888; font-size: xx-small;"><i>Tradução de Maria João Costa Pereira</i></span>Talvez...http://www.blogger.com/profile/12368181419095249449noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-882300718523844103.post-82043321426523257552012-04-11T21:55:00.000+01:002012-11-18T00:56:43.396+00:00O Recreio<pre style="font-family: inherit;">Na minha Alma há um balouço
Que está sempre a balouçar ---
Balouço à beira dum poço,
Bem difícil de montar...
--- E um menino de bibe
Sobre ele sempre a brincar...
Se a corda se parte um dia
(E já vai estando esgarçada),
Era uma vez a folia:
Morre a criança afogada...
--- Cá por mim não mudo a corda,
Seria grande estopada...
Se o indez morre, deixá-lo...
Mais vale morrer de bibe
Que de casaca... Deixá-lo
Balouçar-se enquanto vive...
--- Mudar a corda era fácil...
Tal ideia nunca tive...
Mário de Sá-Carneiro</pre>
Talvez...http://www.blogger.com/profile/12368181419095249449noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-882300718523844103.post-51545100480794254542012-04-10T21:52:00.001+01:002012-11-18T00:56:56.129+00:00Epígrafe<pre style="font-family: inherit;">A sala do castelo é deserta e espelhada.
Tenho medo de Mim. Quem sou? De onde cheguei?...
Aqui, tudo já foi... Em sombra estilizada,
A cor morreu --- e até o ar é uma ruína...
Vem de Outro tempo a luz que me ilumina ---
Um som opaco me dilui em Rei...
Mário de Sá-Carneiro
</pre>
Talvez...http://www.blogger.com/profile/12368181419095249449noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-882300718523844103.post-13736835588076038802012-04-07T13:28:00.002+01:002012-11-18T00:54:46.368+00:00Nocturne in Black and Gold – The Falling Rocket<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://www.stanford.edu/group/artsreview/cgi-bin/wordpress/wp-content/uploads/2011/05/falling-rocket2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="http://www.stanford.edu/group/artsreview/cgi-bin/wordpress/wp-content/uploads/2011/05/falling-rocket2.jpg" width="239" /></a></div>
<br />Talvez...http://www.blogger.com/profile/12368181419095249449noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-882300718523844103.post-58174824281981524352012-04-05T19:44:00.002+01:002012-11-18T00:57:17.385+00:00Ressurgiremos<div class="poem_title">
Pareceu-me adequado para a ocasião.<br />
<h3>
</h3>
<h3>
Ressurgiremos</h3>
</div>
<div class="poem_title">
</div>
<div class="poem_body">
Ressurgiremos ainda sob os muros de Cnossos<br />
E em Delphos centro do mundo<br />
Ressurgiremos ainda na dura luz de Creta<br />
<br />
Ressurgiremos ali onde as palavras<br />
São o nome das coisas<br />
E onde são claros e vivos os contornos<br />
Na aguda luz de Creta <br />
<br />
Ressurgiremos ali onde pedra estrela e tempo<br />
São o reino do homem<br />
Ressurgiremos para olhar para a terra de frente<br />
Na luz limpa de Creta<br />
<br />
Pois convém tornar claro o coração do homem<br />
E erguer a negra exactidão da cruz<br />
Na luz branca de Creta<br />
<br />
Sophia de Mello Breyner </div>
Talvez...http://www.blogger.com/profile/12368181419095249449noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-882300718523844103.post-73150016980882825122010-07-06T12:08:00.002+01:002012-11-18T00:57:38.747+00:00Para atravessar contigo o deserto do mundo<h1>
Para atravessar contigo o deserto do mundo</h1>
Para atravessar contigo o deserto do mundo<br />
Para enfrentarmos juntos o terror da morte<br />
Para ver a verdade, para perder o medo<br />
Ao lado dos teus passos caminhei<br />
<br />
Por ti deixei meu reino meu segredo<br />
Minha rápida noite meu silêncio<br />
Minha pérola redonda e seu oriente<br />
Meu espelho minha vida minha imagem<br />
E abandonei os jardins do paraíso<br />
<br />
Cá fora à luz sem véu do dia duro<br />
Sem os espelhos vi que estava nua<br />
E ao descampado se chamava tempo<br />
<br />
Por isso com teus gestos me vestiste<br />
E aprendi a viver em pleno vento.<br />
<br />
(Sophia de Mello Breyner Andresen, in <i>Livro Sexto)</i>Talvez...http://www.blogger.com/profile/12368181419095249449noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-882300718523844103.post-27246368318027533542010-06-14T19:48:00.000+01:002012-11-18T00:57:52.294+00:00AntemanhãQue tal a <i>Mensagem</i>? Proponho-vos Antemanhã, na grafia original:<br />
<br />
O mostrengo que está no fim do mar<br />
Veio das trevas a procurar<br />
A madrugada do novo dia,<br />
Do novo dia sem acabar;<br />
E disse, «Quem é que dorme a lembrar<br />
Que desvendou o Segundo Mundo,<br />
Nem o Terceiro quere desvendar?»<br />
<br />
E o som na treva de elle rodar<br />
Faz mau o somno, triste o sonhar.<br />
Rodou e foi-se o mostrengo servo<br />
Que seu senhor veio aqui buscar,<br />
Que veio aqui seu senhor chamar –<br />
Chamar Aquelle que está dormindo<br />
E foi outrora Senhor do Mar. <br />
<br />
<i>Fernando Pessoa</i>Talvez...http://www.blogger.com/profile/12368181419095249449noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-882300718523844103.post-32121114851866706222010-05-18T21:04:00.000+01:002012-11-18T00:50:35.496+00:00Mais um conto oriental<div style="margin: 0px; text-indent: 0px;">
Numa aldeia da Índia, vivia um homem de grande santidade. Aos aldeões parecia-lhe uma pessoa notável e, ao mesmo tempo, extravagante. Na verdade, aquele homem chamava-lhes a atenção tanto como os desconcertava. O caso é que pediram que predicasse para eles. O homem, que estava sempre disponível para os outros, acedeu sem hesitar. No dia marcado para a prédica, teve a intuição de que a atitude deles não era sincera e achou que mereciam uma lição. Chegou o momento da palestra e os aldeões, divertidos, dispuseram-se a ouvir o homem santo, convictos de que iam passar um bom bocado à sua custa. O mestre apresentou-se perante eles. Após uma breve pausa de silêncio, perguntou:</div>
<div style="margin: 0px; text-indent: 0px;">
- Amigos, sabeis do que vos vou falar?</div>
<div style="margin: 0px; text-indent: 0px;">
- Não - responderam.</div>
<div style="margin: 0px; text-indent: 0px;">
-Nesse caso - disse - não vou dizer-vos nada. São tão ignorantes que nada poderia dizer que valesse a pena.(...)</div>
<div style="margin: 0px; text-indent: 0px;">
Os assistentes, desorientados, foram para casa. No dia seguinte reuniram-se e decidiram reclamar as palavras do santo. O homem santo não hesitou em se apresentar perante eles, e perguntou-lhes:</div>
<div style="margin: 0px; text-indent: 0px;">
- Sabem do que vos vou falar?</div>
<div style="margin: 0px; text-indent: 0px;">
- Sim, sabemos - responderam os aldeões.</div>
<div style="margin: 0px; text-indent: 0px;">
- Sendo assim - disse o santo -, não tenho nada para vos ensinar porque já sabem. Tenham uma boa noite, amigos.</div>
<div style="margin: 0px; text-indent: 0px;">
Os aldeões sentiram-se vilipendiados, frustrados e indignados. Mas de forma alguma desistiriam, e voltaram a convocar o homem santo. Este olhou para os assistentes em silêncio e muito calmo. Pouco depois, perguntou:</div>
<div style="margin: 0px; text-indent: 0px;">
- Sabem, amigos, de que vos vou falar?</div>
<div style="margin: 0px; text-indent: 0px;">
Não querendo ser apanhados novamente, os aldeões já tinham combinado a resposta:</div>
<div style="margin: 0px; text-indent: 0px;">
- Uns sabemos e outros não.</div>
<div style="margin: 0px; text-indent: 0px;">
E o homem santo disse:</div>
<div style="margin: 0px; text-indent: 0px;">
- Nesse caso, aqueles que sabem que transmitam o seu conhecimento àqueles que não sabem.</div>
<div style="margin: 0px; text-indent: 0px;">
<br /></div>
<div style="margin: 0px; text-indent: 0px;">
<br /></div>
<div style="margin: 0px; text-indent: 0px;">
<span style="font-size: x-small;">fonte: <a href="http://www.fnac.pt/pt/Catalog/Detail.aspx?cIndex=0&catalog=livros&categoryN=Livros&category=esoterismo&product=9789896260217">Os Melhores Contos Espirituais do Oriente</a></span><!--EndFragment--></div>
Talvez...http://www.blogger.com/profile/12368181419095249449noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-882300718523844103.post-36252016770520041312010-05-16T01:23:00.000+01:002012-11-18T00:58:09.547+00:00Dizem que em cada Coisa uma Coisa Oculta Mora<span class="nv_orange"><b>Dizem que em cada Coisa uma Coisa Oculta Mora</b></span> <span class="maintext"> </span><br />
<br />
<span class="maintext">Dizem que em cada coisa uma coisa oculta mora. <br />
Sim, é ela própria, a coisa sem ser oculta, <br />
Que mora nela. <br />
<br />
Mas eu, com consciência e sensações e pensamento, <br />
Serei como uma coisa? <br />
Que há a mais ou a menos em mim? <br />
Seria bom e feliz se eu fosse só o meu corpo - <br />
Mas sou também outra coisa, mais ou menos que só isso. <br />
Que coisa a mais ou a menos é que eu sou? <br />
<br />
O vento sopra sem saber. <br />
A planta vive sem saber. <br />
Eu também vivo sem saber, mas sei que vivo. <br />
Mas saberei que vivo, ou só saberei que o sei? <br />
Nasço, vivo, morro por um destino em que não mando, <br />
Sinto, penso, movo-me por uma força exterior a mim. <br />
Então quem sou eu? <br />
<br />
Sou, corpo e alma, o exterior de um interior qualquer? <br />
Ou a minha alma é a consciência que a força universal <br />
Tem do meu corpo por dentro, ser diferente dos outros? <br />
No meio de tudo onde estou eu? <br />
<br />
Morto o meu corpo, <br />
Desfeito o meu cérebro, <br />
Em coisa abstracta, impessoal, sem forma, <br />
Já não sente o eu que eu tenho, <br />
Já não pensa com o meu cérebro os pensamentos que eu sinto meus, <br />
Já não move pela minha vontade as minhas mãos que eu movo. <br />
<br />
Cessarei assim? Não sei. <br />
Se tiver de cessar assim, ter pena de assim cessar, <br />
Não me tomará imortal. <br />
<br />
<i>Alberto Caeiro, in "Poemas Inconjuntos"</i></span>Talvez...http://www.blogger.com/profile/12368181419095249449noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-882300718523844103.post-49746326532731433162010-05-02T15:56:00.000+01:002012-11-18T00:58:23.868+00:00De profundis<h1>
De profundis</h1>
Encontro, algures na minha natureza, alguma coisa que me diz que não há nada no mundo que seja desprovido de sentido, e muito menos o sofrimento. Essa qualquer coisa, escondida no mais fundo de mim, como um tesouro num campo, é a humildade. É a última coisa que me resta, e a melhor (…). Ela veio-me de dentro de mim mesmo e sei que veio no bom momento. Não teria podido vir mais cedo nem mais tarde. Se alguém me tivesse falado dela, tê-la-ia rejeitado. Se ma tivessem oferecido, tê-la-ia rejeitado (…). É a única coisa que contém os elementos da vida, de uma vida nova (…). Entre todas as coisas ela é a mais estranha (…). É somente quando perdemos todas as coisas que sabemos que a possuímos.<br />
<br />
(Oscar Wilde, in “De Profundis”)Talvez...http://www.blogger.com/profile/12368181419095249449noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-882300718523844103.post-70371466004000554632010-04-25T18:36:00.003+01:002012-11-18T00:51:27.422+00:00Sonho causado pelo voo de uma abelha um segundo antes de acordar<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div style="color: red; text-align: center;">
<br />
<br />
<br />
<span style="font-size: large;">Sonho causado pelo voo de uma abelha um segundo antes de acordar</span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://upload.wikimedia.org/wikipedia/en/d/df/Dream_Caused_by_the_Flight_of_a_Bumblebee_around_a_Pomegranate_a_Second_Before_Awakening.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://upload.wikimedia.org/wikipedia/en/d/df/Dream_Caused_by_the_Flight_of_a_Bumblebee_around_a_Pomegranate_a_Second_Before_Awakening.jpg" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
Salvador Dalí</div>
Talvez...http://www.blogger.com/profile/12368181419095249449noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-882300718523844103.post-62854595269543965282010-04-25T18:30:00.000+01:002012-11-18T01:00:50.666+00:00Esta velha angústia<h1 class="titulo-texto">
Esta velha angústia, </h1>
Esta velha angústia, <br />
Esta angústia que trago há séculos em mim, <br />
Transbordou da vasilha, <br />
Em lágrimas, em grandes imaginações, <br />
Em sonhos em estilo de pesadelo sem terror, <br />
Em grandes emoções súbitas sem sentido nenhum.<br />
<br />
<br />
Transbordou. <br />
Mal sei como conduzir-me na vida <br />
Com este mal-estar a fazer-me pregas na alma! <br />
Se ao menos endoidecesse deveras! <br />
Mas não: é este estar entre, <br />
Este quase, <br />
Este poder ser que..., <br />
Isto.<br />
<br />
<br />
Um internado num manicómio é, ao menos, alguém,<br />
Eu sou um internado num manicómio sem manicómio.<br />
Estou doido a frio,<br />
Estou lúcido e louco,<br />
Estou alheio a tudo e igual a todos:<br />
Estou dormindo desperto com sonhos que são loucura<br />
Porque não são sonhos<br />
Estou assim...<br />
<br />
<br />
Pobre velha casa da minha infância perdida! <br />
Quem te diria que eu me desacolhesse tanto! <br />
Que é do teu menino? Está maluco. <br />
Que é de quem dormia sossegado sob o teu tecto provinciano? <br />
Está maluco. <br />
Quem de quem fui? Está maluco. Hoje é quem eu sou.<br />
<br />
<br />
Se ao menos eu tivesse uma religião qualquer! <br />
Por exemplo, por aquele manipanso <br />
Que havia em casa, lá nessa, trazido de África. <br />
Era feiíssimo, era grotesco, <br />
Mas havia nele a divindade de tudo em que se crê. <br />
Se eu pudesse crer num manipanso qualquer —<br />
Júpiter, Jeová, a Humanidade — <br />
Qualquer serviria, <br />
Pois o que é tudo senão o que pensamos de tudo?<br />
<br />
<br />
Estala, coração de vidro pintado!<br />
<br />
<i>Álvaro de Campos </i>Talvez...http://www.blogger.com/profile/12368181419095249449noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-882300718523844103.post-52847951540224957002010-04-19T23:08:00.001+01:002012-11-18T00:53:03.063+00:00Consciência dos sonhos<title></title> <style type="text/css">
<!--
@page { margin: 2cm }
P { margin-bottom: 0.21cm }
</style>
--> <br />
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: small;"><i>Texto que me pediram para publicar:</i></span> </div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: small;">-------------------------------------------------</span> </div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Trebuchet MS,sans-serif; font-size: small;">Há dois tipos de sonhos, diria eu. Não me refiro a sonhos = aspirações. Refiro-me a sonhos </span><span style="font-family: Trebuchet MS,sans-serif; font-size: small;"><i>sonhos</i></span><span style="font-family: Trebuchet MS,sans-serif; font-size: small;">, daqueles literais, e a distinção de que falo não se refere a pesadelos. Refere-se a consciência.</span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: small;"><br />
</span> </div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Trebuchet MS,sans-serif; font-size: small;">Eu distinguiria entre sonhos regulares e sonhos lúcidos, simplesmente. Sonhos regulares são aqueles que nós temos, todas as noites, e que, na maior parte das vezes, não nos lembramos. E sonhos </span><span style="font-family: Trebuchet MS,sans-serif; font-size: small;"><i>lúcidos</i></span><span style="font-family: Trebuchet MS,sans-serif; font-size: small;">? Bem sei que o termo não é muito fausto, mas é o que se utiliza para designar sonhos nos quais o sonhador se apercebe que está a sonhar e no qual tem a sua disposição o controlo dos cinco sentidos e a consciência do que o rodeia... É um fenómeno que está cientificamente comprovado, embora a prova que vos irei propor seja de outra natureza, mais prática.</span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Trebuchet MS,sans-serif; font-size: small;">O que nos interessa isto?, perguntais. E perguntais bem. Não gostaríeis de poder fazer tudo o que a vossa mente pudesse conceber? É possível, nos sonhos, mas é possível. Tudo, desde voar, respirar debaixo de água, transformarmo-nos em animais, o que nos ocorrer! Só os sonhos podem providenciar experiências tão únicas!</span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Trebuchet MS,sans-serif; font-size: small;">E de que adianta fazê-lo, se não é real?, podeis ainda questionar. Acontece que, para a mente, é como se fosse real. Há experiências científicas que comprovam esta ligação. Por isso, quando voardes pelo céu, num sonho lúcido, será como se o estivésseis a fazer na realidade. E voar é só uma das infinitas possibilidades que a percepção da verdadeira natureza dos sonhos nos traz, e cabe-nos a nós aproveitá-la.</span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: small;"><br />
</span> </div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Trebuchet MS,sans-serif; font-size: small;">Aos mais cépticos resta-me citar Duarte Pacheco Pereira: «</span><span style="font-family: Trebuchet MS,sans-serif; font-size: small;"><i>c</i></span><span style="font-family: Trebuchet MS,sans-serif; font-size: small;"><i>omo quer que a experiência é madre das cousas, por ela soubemos radicalmente a verdade»</i></span><span style="font-family: Trebuchet MS,sans-serif; font-size: small;"><span style="font-style: normal;">, e acrescentar, se duvidais, experimentai por vós mesmos. Sabereis radicalmente a verdade.</span></span></div>
<div style="font-style: normal; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: small;"><br />
</span> </div>
<div style="font-style: normal; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Trebuchet MS,sans-serif; font-size: small;">Como poderemos experimentar por nós mesmos, se nem sabemos como se causam ou induzem? A Internet tem abundantes recursos nesta matéria – em Português também, e há comunidades dispostas a ajudar os iniciantes no seu caminho para os sonhos lúcidos.</span></div>
Talvez...http://www.blogger.com/profile/12368181419095249449noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-882300718523844103.post-14503307684348109692010-04-17T14:24:00.002+01:002012-11-18T01:01:07.212+00:00por vezes, excurso pela minha fé<table border="0" cellpadding="0" cellspacing="0"><tbody>
<tr><td class="corpo_celula_subtitulo" width="100%"><b>por vezes, excurso pela minha fé</b></td> </tr>
<tr> <td class="corpo_celula_espaco" width="100%"><br /></td> </tr>
<tr> <td class="corpo_celula_corpo" width="100%"><pre>por vezes, excurso pela
minha fé, deus obedece-me
com dedicação, quando
alimento os parasitas
dos meus sonhos para
sabotar a realidade
acorro aos pássaros
desligados ao vento
não caio, entre os
pássaros bichos irregulares
valter hugo mãe</pre>
</td></tr>
</tbody></table>
Talvez...http://www.blogger.com/profile/12368181419095249449noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-882300718523844103.post-54815823869754732492010-04-14T21:22:00.000+01:002012-11-18T01:01:20.970+00:00Apesar das ruínas e da morte<h1>
Apesar das ruínas e da morte</h1>
Apesar das ruínas e da morte,<br />
Onde sempre acabou cada ilusão,<br />
A força dos meus sonhos é tão forte,<br />
Que de tudo renasce a exaltação<br />
E nunca as minhas mãos ficam vazias.<br />
<br />
Sophia de Mello Breyner AndresenTalvez...http://www.blogger.com/profile/12368181419095249449noreply@blogger.com2